Folha Democrata recebeu essa informação da comunicação da deputada. “Anistiar os golpistas é reinvadir o Brasil”, defende a deputada Célia Xakriabá na análise de PL da Anistia na CCJ.
A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) repudiou nesta terça-feira (8) a análise, do projeto de lei PL 2858/2022 que propõe anistia aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2023, e em outros atos antidemocráticos após as eleições de 2022. Em sua declaração, a parlamentar lembrou as trágicas consequências da anistia no período da ditadura militar e alertou sobre os riscos de se repetir esse erro histórico.
"Na ditadura militar, mais de 8.350 indígenas tombaram em nome da resistência. Hoje, quem pede anistia aos golpistas do 8 de janeiro são os mesmos que anistiaram os crimes do passado, e que seguem tentando perdoar aqueles que destroem nossas florestas e negam direitos às candidaturas de mulheres, negras, indígenas", destacou Célia.
A deputada reforçou o protagonismo das mulheres indígenas na defesa da democracia, recordando a ação de 2021, quando impediram um ataque ao STF durante as discussões sobre o Marco Temporal. "Nós, mulheres indígenas, já impedimos o ataque ao STF em 2021, e seguimos na linha de frente pela democracia. Anistiar os golpistas é reinvadir o Brasil. É abrir caminho para mais violações. Não se perdoa golpe. Se defende a terra, a vida e a democracia", disse.
De acordo com a parlamentar, os relatórios de inteligência da ABIN, entregues à CPMI do 8 de janeiro evidenciam o envolvimento de empresas transportadoras, donas de caminhões, empresas suspeitas de garimpo ilegal e pecuaristas do Sul do Pará na articulação e organização dos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2021.
“Há ligação direta entre o financiamento dos atos golpistas, a exploração das terras indígenas e a destruição da Amazônia, sobretudo pela pecuária e pelo garimpo ilegal. Se a primeira fake news da história foi o que vocês chamam de descobrimento do Brasil, queremos lembrar que isso aqui é terra indígena e que não aceitaremos mais desverdades que nos atacam”, concluiu.
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