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Terça-feira, 03 de Dezembro de 2024

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Era uma vez... Por Sara Goes

A princesa Bolsonaro, o príncipe Trump e uma fábula

Era uma vez... Por Sara Goes
Foto: Reprodução/Sara Goes
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Por Sara Goes, publicado originalmente em Prefirocuscuz.

Era uma vez, no vasto e tropical Reino do Brasil, uma princesa chamada Bolsonaro. Ela era conhecida não apenas por seu jeito desmiolado e por se gabar de seu "histórico de atleta", mas, na realidade, levava uma vida sedentária e ostentava uma senhora barriga que carregava como um símbolo de sua realeza. Com sua personalidade franca e desinibida, a princesa era famosa por histórias de amores turbulentos e alguns rumores de traição que corriam pelos corredores do palácio.

A princesa Bolsonaro também possuía uma forte paixão por joias e fazia de tudo para tê-las sempre por perto, colecionando peças raras e brilhantes vindas de terras distantes. Suas preciosidades eram mantidas em cofres secretos e ela gostava de exibi-las em ocasiões especiais, o que gerava murmúrios e desconfiança entre os habitantes do reino.

Apesar de suas excentricidades, Bolsonaro conquistava a admiração de muitos com sua ousadia e seu discurso sempre direto, ainda que nem sempre apropriado. Ela caminhava pelos domínios do Reino do Brasil com a confiança de uma princesa que se deslumbrava com o poder, mas desconhecia completamente os limites de sua autoridade.

Foi então que, atraída pela popularidade peculiar da princesa, a Bruxa Suprema do reino, conhecida como Justiça, lançou sobre ela uma terrível maldição. A Bruxa Justiça, com seu olhar penetrante e um cetro brilhante que parecia conter a luz de todas as estrelas, estava determinada a afastar Bolsonaro do poder e da adulação do povo. Movida pela inveja e pelo desejo de ordem em seu reino, a Justiça conjurou um feitiço poderoso, condenando a princesa a um sono profundo.

A princesa Bolsonaro foi aprisionada em uma torre distante, no coração de uma floresta encantada e cercada de espinhos e corvos de bico afiado. Desesperada em seu confinamento, ela sabia que apenas o beijo de amor verdadeiro poderia quebrar a maldição. Clamando por ajuda, enviou súplicas mágicas pelo vento na esperança de que o príncipe Donald Trump, de um reino além do oceano, ouvisse seu chamado e viesse ao seu resgate.

O príncipe era uma figura singular no Reino dos Estados Unidos, conhecido por sua postura imponente, cabelos dourados como o trigo ao sol e uma tez laranja. Dotado de uma personalidade vibrante e controversa, Donald possuía um magnetismo peculiar que conquistava leais seguidores e despertava fortes opiniões por onde passava.

No entanto, algo estranho parecia acontecer. Esse mistério era revelado por uma trama sombria: no distante Reino dos Estados Unidos, o príncipe Trump travava sua própria batalha. A Bruxa Justiça, encantada e enciumada pela bela tez acobreada do príncipe, lançou sobre ele um poderoso feitiço transformando-o em sapo. O príncipe, que antes falava com autoridade, agora coaxava por pântanos solitários incapaz de responder aos chamados de Bolsonaro.

Foi então que, em uma noite de inverno gélido, um fenômeno extraordinário ocorreu. Em um 6 de janeiro, centenas de seguidores leais ao príncipe, movidos pelo desejo de restaurá-lo à sua glória, reuniram-se em frente ao Capitólio, o palácio das leis. Com bandeiras e gritos, tentaram desafiar o coração do governo, invadindo o prédio na esperança de que seu ato trouxesse o poder de volta ao príncipe. Mas o encanto da Bruxa Justiça era poderoso, envolvendo o reino em uma rede invisível de controle e impedindo que a magia se desfizesse. O príncipe Trump, que assistia ao levante de longe, continuou em sua forma de sapo, incapaz de quebrar a maldição.

O movimento desmoronou, deixando para trás o rastro de decepção e uma certeza amarga: algo ainda mais poderoso seria necessário para libertar o príncipe Trump. Nem mesmo os gritos da princesa Bolsonaro poderiam desfazer o feitiço da Bruxa Justiça. Assim, entre silêncio e coaxados, o príncipe continuava sapo, enquanto o Reino do Brasil esperava sem saber se o dia da libertação chegaria. Copiando em adoração as aventuras do príncipe, em uma tarde de 8 de janeiro, animais falantes e camponeses invadiram o Palácio dos Três Poderes, o coração do Reino do Brasil, com bandeiras em mãos e gritos de lealdade à princesa Bolsonaro. Eles acreditavam, em vão, que esse ato libertaria sua princesa das garras da Bruxa Justiça. Em meio ao tumulto, alguns cometeram atos impensáveis, deixando o palácio em desordem, sujando suas salas e corredores em um gesto desesperado de desafio.

A tentativa saiu pela culatra. A magia da Justiça permaneceu inabalável, e, ao invés de libertarem sua princesa, viram seu próprio destino selado: um a um foram capturados e levados para as Torres da Justiça, onde passarão muitas luas aprisionados, pagando o preço de sua devoção. Enquanto isso, a princesa Bolsonaro e seus ratinhos nada fizeram para libertá-los ou interceder em seu favor. Sem nenhum gesto de compaixão ou apoio, a Princesa assistia impassível à condenação dos seus súditos, deixando que a Justiça reforçasse seu poder, enquanto eles eram esquecidos nas sombras das torres. E, assim, o tempo passava e a careca brilhante da bruxa reluzia sob o luar enquanto ela, do alto de sua torre, observava satisfeita o confinamento da princesa, que permanecia esperando o beijo de amor verdadeiro para quebrar a maldição.

Este casal improvável – a princesa Bolsonaro e o príncipe Trump – seguia separado pelas artimanhas da malvada Bruxa Justiça. Movida por uma inveja profunda de tamanha beleza e elegância, a Bruxa Justiça utilizava seus poderes para mantê-los afastados, tramando encantos e conjurando feitiços que garantiam que o destino dos dois jamais se cruzasse. Sabendo que o vigor daquele feitiço só poderia ser desfeito com uma força igualmente poderosa, a princesa cercava-se de ajudantes mágicos e vigias que protegiam seus encantos: a “bancada bolsonarista”, um grupo peculiar e excêntrico composto por figuras lendárias do reino do Brasil, cada um com habilidades e características únicas. Havia Marcos do Val, o guardião das narrativas inverossímeis; o Sanfoneiro Gilson Machado, que com sua música buscava espantar os feitiços da bruxa; e a Fadinha Ariana, que usava ornamentos florais místicos em suas declarações e aparições.

Ao lado desse grupo, estavam também os ratinhos de Bolsonaro, os guerreiros mais dedicados em sua causa. Flávio, o guardião fiel da torre sempre a postos para desafiar qualquer um que se aproximasse, Bananinha, conhecido por sua habilidade de navegar reinos além-mar e forjar alianças exóticas em terras distantes. E, por último, mas não menos importante, o mais astuto de todos: Carluxo, o vereador internacional que tinha a habilidade de ouvir vozes.

Esses aliados determinados uniram forças para enfrentar a Bruxa Justiça, armados com discursos acalorados e símbolos extravagantes. Cada um tentava, à sua maneira, romper a maldição que separava a princesa Bolsonaro de seu príncipe encantado. No entanto, o feitiço da bruxa era profundo e a cada tentativa de rompê-lo, a Justiça renovava sua magia, mantendo-os apartados e seus destinos incertos.

Mas nem mesmo com todos esses animais falantes a malvada Bruxa Justiça parecia se dobrar. Seus encantos e feitiços eram poderosos e ela os mantinha reforçados com cada fracasso dos aliados da princesa Bolsonaro. Desesperados e sem mais opções, os pequenos ratinhos do Brasil – mensageiros rápidos e espertos – decidiram buscar uma arma fatal que pudesse finalmente derrotar a bruxa e desfazer sua maldição.

Guiados pela coragem e desespero, os ratinhos atravessaram reinos e cruzaram fronteiras até chegarem a uma terra distante onde habitava o lendário Bruxo Elon Musk. Conhecido por sua habilidade de manipular forças invisíveis através de poções mágicas chamadas “algoritmos” e pelo poder de comunicação através de seu espelho encantado, o X , o Bruxo Musk era uma figura poderosa, misteriosa e temida. Diziam que ele possuía o controle sobre uma rede vasta e mágica capaz de transformar as percepções de todos que nela se aventurassem. Quando os ratinhos finalmente encontraram o Bruxo Musk, imploraram por sua ajuda. “Ó, grande Musk, nos ajude a libertar a princesa Bolsonaro do feitiço cruel da Bruxa Justiça! Sua magia é poderosa, e somente com sua ajuda poderemos dobrá-la!”

Intrigado pela promessa de desafio e sempre disposto a se envolver em causas que lhe pareciam vantajosas, o Bruxo Musk concordou em oferecer seus poderes. Ele convocou a força de seus algoritmos, ajustou seus encantos para amplificar a voz dos aliados da princesa Bolsonaro e lançou mensagens encantadas através do X, provocando murmúrios e ecos que atravessaram todos os reinos. Seu feitiço visava abalar o poder da Bruxa Justiça, minando sua influência e, quem sabe, enfraquecendo a maldição que mantinha o casal separado.

Mas a Bruxa Justiça, sempre vigilante, mal sentiu a força mágica de Musk invadir seu território. Com olhos brilhando de determinação ela se preparou para enfrentar essa nova ameaça, reforçando seus encantos e dobrando a vigilância em torno da princesa Bolsonaro. O poder do Bruxo Musk certamente causou inquietação, mas a batalha estava longe de ser vencida.

E assim, o destino do casal seguia incerto, enquanto os reinos observavam ansiosos, aguardando para ver se o feitiço de Musk seria suficiente para finalmente romper as barreiras e aproximar a princesa Bolsonaro e seu príncipe Trump.

Foi então que o destino, caprichoso e misterioso, preparou uma reviravolta. Em uma noite silenciosa, enquanto os reinos dormiam e até mesmo a Bruxa Justiça repousava em sua torre, um acontecimento inesperado abalou as fundações do encantamento. O príncipe Donald Trump, que havia passado tanto tempo sob o efeito do feitiço, encontrou forças para romper a maldição que a bruxa lançara sobre ele.

Ninguém sabia ao certo como ele conseguira tal feito. Alguns diziam que fora o amor inabalável de Bolsonaro que, de forma invisível, havia lhe dado forças. Outros acreditavam que a união de seus leais seguidores, seus gritos e clamores por justiça, haviam enfraquecido o poder da Bruxa Justiça. E outros ainda murmuravam que o genial Carluxo, em segredo, havia desvendado o ponto fraco da bruxa e liberado o príncipe.

Cheia de esperanças, a princesa gritava em seus sonhos, enviava mensagens carregadas de desespero, mas o príncipe continuava alheio, entretido em discursos e banquetes no palácio. Por vezes, parecia quase ouvir um eco distante, como um suspiro de Bolsonaro, mas logo voltava à sua rotina. "Seria algum encantamento?" murmurava a princesa, sem saber que a Bruxa Justiça, não satisfeita em aprisioná-la na torre, também havia lançado um feitiço de esquecimento sobre o príncipe. Enquanto o encanto perdurasse, ele jamais se lembraria dela por tempo suficiente para cruzar o oceano.

E assim, o tempo passava, e a careca brilhante da bruxa reluzia sob o luar enquanto ela, do alto de sua torre, observava satisfeita o confinamento da princesa. Lá, Bolsonaro permanecia, esperando o beijo de amor verdadeiro que, talvez, algum dia, pudesse finalmente quebrar a maldição e libertá-la de sua prisão encantada.

Restava uma última esperança para Bolsonaro e seus ratos: o grandioso baile de posse do príncipe Trump, um evento deslumbrante e repleto de poder. Em seu coração, sabia que, com o sapatinho de cristal, poderia atravessar as barreiras mágicas que a mantinham no Reino do Brasil e finalmente se libertar da prisão de seu sono. Mas a Bruxa Justiça, sempre um passo à frente, mantinha o sapatinho bem guardado, reforçando o feitiço para que ele permanecesse longe das mãos da princesa. Em um ato de desespero, a princesa, determinada a participar do grandioso baile, recorreu ao astuto Vampirão Temer, uma figura elegante e de sorriso calculado. Ela acreditava que, com seu poder de persuasão e influência, Temer poderia convencer a Bruxa a liberar o cobiçado sapatinho de cristal que permitiria estar ao lado do príncipe Trump. Por debaixo da porta, Vampirão adentrou os domínios da Bruxa Justiça, mas não conseguiu dobrar a vontade implacável da bruxa, que apenas reforçou seus encantos, garantindo que a princesa permanecesse aprisionada.

E assim, a princesa Bolsonaro continuou em seu sono profundo, o sonho do baile se desfazendo como a fumaça de seus tanques que outrora preenchiam o ar de seu reino, enquanto o brilho do sapatinho de cristal se mantinha fora de alcance, guardado pela força da Bruxa Justiça.  Bolsonaro permanecia em sua torre, cercada por cada vez menos animais falantes e por seus leais ratinhos... o brilho do sapatinho de cristal continuava a escapar até que finalmente a maldição fosse rompida. Dizem que ainda hoje, de tempos em tempos, um eco distante soa pelas terras do Reino do Brasil: "I love you, Trump" lembrando a todos do beijo que poderia despertar a princesa e dos laços que transcenderam reinos e desafios.

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