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Quarta-feira, 04 de Dezembro de 2024

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Exclusivo: Qual era o apelido dado ao coronel que aparece em áudio golpista?

Reportagem da Folha Democrata

Exclusivo: Qual era o apelido dado ao coronel que aparece em áudio golpista?
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
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Por Pedro Zambarda, editor da Folha Democrata.

Em mensagens que integram o inquérito da Polícia Federal (PF), divulgadas pela CNN em 8 de maio, contra o ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, aparece o coronel Elcio Franco. Para quem não se recorda, Franco era o número dois do Ministério da Saúde sob o general Eduardo Pazuello, hoje deputado federal pelo Rio de Janeiro.

Nesse áudio, o militar aparece no centro da trama golpista. O coronel Franco não só sabia, como deu sugestões de como mobilizar 1,5 mil homens para uma intentona golpista.

Elcio Franco, em conversa com o ex-major, Ailton Barros, que foi preso pela PF, relatou o temor do então comandante das tropas terrestres do Exército, Virgílio, de ser responsabilizado por uma eventual tentativa de golpe.

“Olha, eu entendo o seguinte: é Virgílio. Essa enrolação vai continuar acontecendo. O Freire não vai. Você não vai esperar dele que ele tome à frente nesse assunto, mas ele não pode impedir de receber a ordem. Ele vai dizer, morrer de pé junto, porque ele tá mostrando. Ele tá com medo das consequências, pô. Medo das consequências é o quê? Ele ter insuflado? Qual foi a sua assessoria? Ele tá indo pra pior hipótese. E qual, qual é a pior hipótese?”.

O coronel completou: "Ah, deu tudo errado, o presidente foi preso e ele tá sendo chamado a responder. Eu falei, ó, eu, durante o tempo todo [ininteligível] contra o presidente, pô, falei que não, não deveria fazer, que não deveria fazer, que não deveria fazer e pronto. Vai pro Tribunal de Nurenberg desse jeito. Depois que ele me deu a ordem por escrito, eu, comandante da Força, tive que cumprir. Essa é a defesa dele, entendeu? Então, sinceramente, é dessa forma que tem que ser visto”.

A Folha Democrata esteve em contato com fontes do governo federal e com fontes militares que pediram anonimato. Elas contam que Pazuello e Franco atuaram juntos na Olimpíada de 2016 e na invasão à Maré. Os dois eram amigos íntimos. 

Elcio Franco era chamado de "Queixo" pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, afirmam pessoas de dentro do Exército. A proximidade de ambos sempre foi notória no meio.

Eles ficaram mais próximos na Operação Acolhida, de 2018. A iniciativa militar em Roraima interiorizou 50 mil refugiados e migrantes venezuelanos em três anos. As pessoas que estiveram na operação chegaram a denunciar abusos de direitos humanos à Agência Reuters em 2021.

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